segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Azul.

Eu pensei em te ligar segunda passada e falar tudo o que já te disse, varias vezes.Não era nenhum argumento novo, nada de grave que tenha me acontecido recentemente, nada que você de fato fosse resolver.Fiquei olhando pro relógio deixando os minutos passarem, porque teria que ser numa hora quebrada, pra que você não achasse que sou tão desesperado, como sou.Tirei o telefone do gancho mas desisti.Encarei que seria bobagem, que era só uma vontade fugaz e fui dormir até o dia seguinte.
Vinha conservando um bolor enorme de você desde que nos separamos.Eu te amava, eu te amo, e você me deixou assim sem muitas explicações.Entendo que você possa ter cansado, desgastado e tudo, mas o que fiz de errado? De repente, tudo me lembrava você: Fui naquela papelaria perto da praça comprar uma Bic pra prova de filosofia e tinham varia pessoas escolhendo cartões pro dia dos namorados. Minha irmã comprou uma caixa de Ferro Rocher que me lembrou quando eu comprei uma pra te dar quando a gente brigou; um amigo se mudou e comprou uma escrivaninha igual do a seu quarto; fui ver um filme e voltando de metro, tinha um casal abraçado igual a gente ficava (igual mesmo).Entrei na livraria e estava tocando a musica do Strokes que você disse que me lembrava, e até botou pra ser seu toque de celular quando eu ligasse.Enfim tinha chegado o cd do Stone Temple Pilots, mas eu não tinha ninguém pra comentar minha felicidade.Eu tinha passado duas horas olhando CDs sozinho, sem conseguir entender porque você se foi.
Recentemente eu voltei a fumar, por contra própria.Alguns dos meus amigos de ocasião me chamavam pra tomar uma breja, eu preferia ficar em casa.Comecei a ler livros da grossura de um Harry Potter em três dias.Ficava largado no sofá até o sono completo me dominar, pulando de canal em canal, brincando com a aliança que eu tinha comprado pra te dar.Faltas seguidas em compromissos, mau humor constante.Talvez eu tivesse sido realmente injustiçado.Se eu estava sofrendo por ter feito tudo certo, era sinal que você era alguém cruel.Eu quis ligar pra gritar isso no seu ouvido.
Acho que no momento que devolvi o telefone pro gancho, vi que eu ia fazer uma besteira se tivesse ligado.Seria uma desonra pras nossas tardes de domingo com sorvete no chão do seu quarto, uma desonra aos nossos telefonemas noturnos.Tudo o que nos aconteceu foi mágico, mas acabou.Eu não posso ser injusto com você.Tudo o que fomos deixou lembranças provam o quão maravilhosos pudemos ser um pro outro.Eu só queria desejar que você seja feliz, encontre alguém que te conforte, como eu estou tentando encontrar.

6 comentários:

  1. 'Do que é ruim eu me esqueço
    O bom eu quero mais
    Na tristeza eu quero avesso
    Agora quero paz
    Saiba que todo fim
    É um recomeço
    Pra nossa vida quero amor
    O resto eu desconheço'

    ResponderExcluir
  2. Cara, lindo o texto. Acho que é o melhor texto seu que eu já li, sério mesmo. Cheio de sentimento, sabe. Normalmente textos de amor ficam clichês, mas esse ficou muito bom.

    'É, pois é
    Não deu
    Deixa assim, como está
    Sereno'


    bjo, bjo, bjo...

    ResponderExcluir
  3. (500)Dias com ela, versão Yuri Jones.
    Fiz essa analogia pq acabei de ver o filme.
    O personagem passa pelas mesmas situações.

    ResponderExcluir
  4. Paixão inebriante!
    Legal demias.
    Abraços,
    Michele Peixoto

    ResponderExcluir
  5. Nesse momento, apesar da distancia, nossas vidas estão paralelas. De mãos dadas.

    ResponderExcluir