quarta-feira, 12 de maio de 2010

Jackson Pollock.

Júlia inclinou seu corpo pra frente, tocando a bochecha de Pedro com a ponta do nariz.Ele que apreensivo batia mão nos joelhos desde que se sentaram ali, tomou um súbito susto:
-Tá tudo bem?
-Sim, está
Pedro se virou, mas com sucesso, desviava o olhar na menor possibilidade de contato.Coçou o queixo sem vontade, fazendo com que ela risse.
-Você parece preocupado
-Bobagem
-Deixa eu ajudar!Gosto muito de você
-Bobagem
-Eu gostar....?
Pedro puxou Júlia com um abraço.Ele sentiu que ela ria enquanto ele apenas sentia o perfume dos cabelos, xampu de frutas.Ela sentiu o clima menos tenso e quis brincar:
-Você podia me dar um apelido carinhoso
-Sim, posso.Tem algum que você gosta?
-Você quem vai criar, Pedro! Seu bobo.
-Claro, claro.Tem que ser agora?
-Não.Só acho bonito que você me chame de outra coisa, uma coisa só sua.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Presente.

Tanto tempo se passou, e ainda sinto como se fosse os primeiros cinco minutos de abraço.Como posso nomear essa sensação?
Cada movimento teu fica registrado e eu não tenho vontade de tentar esquecer, por que cada segundo foi e é intensamente valido.De como conheci tua disposição, teu medo do impossível e como quis me encaixar numa brecha inexistente.
Quis dar o melhor de mim cada dia pra estar paralelo a você.Crescer e me tornar um gigante igual.Você com sua chatice, você com seu senso de realidade, você com seus planos em construção.a ideia de manter os planos em caminhos gêmeos, crescendo lado a lado.Te proporcionar as maiores felicidades, os melhores bens, os valorosos orgulhos: tudo isso me impulsiona a cada dia preguiçoso antes de cair do beliche.
A vontade de tonar tudo mais pratico e prazeiroso fez de mim uma pessoa melhor.
Você pegou um menino e o transformou em um homem.
Além de toda felicidade, eu tenho de me propor a ser o amigo e irmão, estar também quando a sua fraqueza for evidenciada.Não somos completos, e quando isso nos confronta sentimos o medo na pele.Aqui estou eu pra ser o repouso, a conversa, o desabafo.Minha gratidão, minha resposta imediata também é egoísta: nada me vale mais que teu sorriso em meu ombro.
Entendo que existam pausas no pensamento.Entenda que eu ainda estou aqui te esperando na estação, com os sentimentos embalsamado no teu cheiro de frutas, no teu cabelo desbotado, no teu olhar curioso, no teu gênio forte, na tua oscilação, nos teus dedos que comprimem, na sua manha de soninho, nas suas unhas rosa, na sua emergência em acontecer, na sua pirraça, no seu ciúme, no seu deslumbramento e no teu sorriso.
O que tenho, me desculpe, mas não posso embrulhar ou por numa caixa.
Em todo caso, faça seus três pedidos.

I'm blessed by the lucky 7