segunda-feira, 27 de julho de 2009

Adora.

Não estou enganado,
é de fato,
o sorriso mais lindo que existe.
Ela quer voar.
Bela antítese para nós,
do signo de terra.
Ela quase se entrega
e esboça resistência
"Não tenho muitas horas"
Lembro então dos acordes rápidos e complicados
dos quais ela tanto gosta
"E o que o vento lhe diz?"
resposta rápida:
"Medo,
De que fique tudo errado,
De terminar infeliz."
Tropeço em minhas silabas
A mão desliza os cabelos
os olhos se perdem.
Uma isca
"o que você vai fazer?
faça agora"
Deixa o perfume embaçar a vista.
Se me sinto um idiota
acho que ela adora

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Signo de touro.

Numa quase linha reta,
é você vindo.
Tudo acelera ou anda mais lento?
Desculpa se eu não for a pessoa certa,
mas tudo faz sentido.
Ainda sou teu prolongamento
em versão masculina?

"Olá, me abraça"
Junta os pedaços, os mesmos das madrugadas,
põe na minha mão.
Me encarrega.
Sente meu cheiro
Não são mais letras, são corpos inteiros

Desculpe o tanto de palavras.
Já sabe que todas as letras
são pra ver teus olhos balançarem.
Todas as frases
são para as coisas embaralharem,
e tu não perceber tua cabeça cair
teu castelo de ideias ruir
e ser refeito sob meu ombro.
Você me anestesia com sorrisos
prende as unhas nas minhas costas.

No tablado de madeira branca,
as coisas se perdem
e se acham em palavras
mudas em uma dança úmida
sem coreografias pré-programadas
Não diz que tem que ir
diz que acredita em mim.
Gira pra se encontrar de novo
Vou sim até lá em baixo,
deixa a certeza subentendida,
eu absorvo
Mais dias, mais meses
Infinitas vezes

"Ah, eu quero entender"
Você é engraçada,
E tem gosto de chocolate duplo.
E se eu fico quieto, lhe escapa risada
"Tem coisa que não é pra explicar"
Toca os lábios, fecha os olhos.
Sente.

sábado, 11 de julho de 2009

Segundos

Meus olhos teimavam
em ficar naquela boca
Meus olhos desciam, subiam
e morriam naquelas palavras mudas e roucas,
que eu só conseguia enxergar
a língua por entre os dentes


Amor,
devia ser.
Essa vontade de se unir,
fingir morrer
e sentir tua respiração na pele
e deixar os corpos se decodificarem.

Tanta coisa,
e eu queria me perder mais,
em boca braço ou mais.
Se amor é filantropia
se é altruísmo
já não era nada disso

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Gratidão.

Estas teias agarradas em meus braços, não são minhas.
Entende que são só palavras?

Sim, o peso da verdade
é magoa, é saudade.

Esta lâmina doce, morando em minhas mãos
ah, ela não é minha.
Agora que dormirei em paz,
talvez jamais queira acordar.
Meu compreender não é aceitar.
Se só lembrar é feliz, então
me deixa embaralhar nossos nomes no chão
meu sinal de gratidão.