quarta-feira, 12 de maio de 2010

Jackson Pollock.

Júlia inclinou seu corpo pra frente, tocando a bochecha de Pedro com a ponta do nariz.Ele que apreensivo batia mão nos joelhos desde que se sentaram ali, tomou um súbito susto:
-Tá tudo bem?
-Sim, está
Pedro se virou, mas com sucesso, desviava o olhar na menor possibilidade de contato.Coçou o queixo sem vontade, fazendo com que ela risse.
-Você parece preocupado
-Bobagem
-Deixa eu ajudar!Gosto muito de você
-Bobagem
-Eu gostar....?
Pedro puxou Júlia com um abraço.Ele sentiu que ela ria enquanto ele apenas sentia o perfume dos cabelos, xampu de frutas.Ela sentiu o clima menos tenso e quis brincar:
-Você podia me dar um apelido carinhoso
-Sim, posso.Tem algum que você gosta?
-Você quem vai criar, Pedro! Seu bobo.
-Claro, claro.Tem que ser agora?
-Não.Só acho bonito que você me chame de outra coisa, uma coisa só sua.

5 comentários:

  1. Vc tem uma qualidade em especial na hora de escrever.Os seus textos são totalmente emergíveis.Imagino tudo com clareza enquanto o texto se desenrola.
    O interessante é que mesmo assim eles são sofisticados e cheio de 'segundos caminhos'.
    E não soa chato ou auto-indulgente.
    Mt bom

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  2. Estava precisando ler algo assim, estava mesmo.
    Algo colorido que me desse alguma alegria hoje.
    Belo texto


    Até.

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